Um mergulho perturbador no luto e na obsessão
Traga Ela de Volta é o segundo longa-metragem de Michael e Danny Philippou, dupla responsável pelo sucesso Fale Comigo. Aqui, eles ampliam seu repertório, construindo um terror mais maduro e emocionalmente denso, que une horror psicológico e drama familiar.
A história acompanha Andy e Piper, dois meio-irmãos que, após a morte do pai, passam a viver com uma nova guardiã. A casa isolada, a presença de outros jovens acolhidos e a atmosfera de segredo constante dão início a um suspense sufocante, onde memórias dolorosas e desejos distorcidos se entrelaçam.
Sinopse
Depois de uma tragédia familiar, Andy (Billy Barratt) e sua meia-irmã Piper (Sora Wong) são acolhidos por Laura (Sally Hawkins), uma mulher marcada por perdas passadas. Em um ambiente afastado, o cotidiano dos jovens começa a ser permeado por estranhos comportamentos e sinais inquietantes. Conforme a tensão cresce, o vínculo entre os irmãos é posto à prova diante de segredos que podem mudar tudo.
Ficha técnica
- Título original: Bring Her Back
- Ano: 2025
- Direção/Roteiro: Michael Philippou, Danny Philippou
- Elenco principal: Sally Hawkins, Billy Barratt, Sora Wong, Jonah Wren Phillips
- Duração: 99 min
- País: Austrália / EUA
- Distribuidora: A24
- Gênero: Terror, Suspense
- Classificação: 18 anos
Elenco
- Sally Hawkins — Laura
- Billy Barratt — Andy
- Sora Wong — Piper
- Jonah Wren Phillips — Oliver
Análise/Crítica (sem spoilers)
Traga Ela de Volta é um terror que não se apoia apenas em sustos, mas no peso emocional de seus personagens. A trama explora como o luto e a perda podem deformar afetos e levar a decisões extremas, sempre mantendo uma tensão crescente que prende do início ao fim.
A direção dos irmãos Philippou demonstra evolução desde o trabalho anterior. Aqui, o ritmo é mais controlado, a fotografia potencializa o desconforto e o desenho de som constrói camadas de inquietação. A narrativa é econômica nos detalhes mais sombrios, permitindo que o espectador preencha lacunas e sinta o peso do que não é dito.
Sally Hawkins entrega um desempenho multifacetado, alternando vulnerabilidade e ameaça com naturalidade. Billy Barratt e Sora Wong formam um núcleo emocional crível e envolvente, sustentando a história com uma química que reforça o tema central de proteção e confiança.
Visualmente, o filme mescla ambientes intimistas e isolados com momentos de impacto gráfico, sem exageros gratuitos. Há um cuidado em equilibrar o horror visual com o psicológico, mantendo o foco no drama humano que conduz a narrativa.
No fim, Traga Ela de Volta se destaca como um terror intenso e comovente, capaz de dialogar tanto com fãs de horror quanto com quem busca histórias sobre laços humanos testados em situações extremas.