O legado dos Warren e o peso de fechar uma saga
Em O Último Ritual, Ed e Lorraine Warren enfrentam não só demônios literais, mas também o passado — particularmente no prólogo emocional dos anos 60, que estabelece uma conexão direta com Judy Warren. Esse começo funciona como promessa de algo mais intenso, e o filme tenta preencher esse espaço emocional ao longo de sua narrativa.
O que funciona bem
- Atuações de peso: Vera Farmiga e Patrick Wilson mantêm a força dramática que sempre foi o coração da franquia. A introdução de Mia Tomlinson como Judy adulta acrescenta uma camada interessante de vulnerabilidade e confronto emocional.
- Aspecto emocional elevado: o filme inclina-se mais para o drama familiar do que para o terror puro, e nisso reside seu charme. A despedida dos personagens é sentida e bem trabalhada em vários momentos.
- Produção e atmosfera: boa ambientação dos anos 60 no prólogo, uso eficaz da trilha sonora e design de som para criar tensão, especialmente nas cenas envolvendo o espelho e manifestações sobrenaturais.
Onde o filme escorrega um pouco
- Terror mais leve: este talvez seja o capítulo menos assustador da franquia — faltam sustos memoráveis ou entidades marcantes. Em vez disso, o foco está no efeito emocional interno.
- Efeitos visuais e vilões pouco explorados: quando as criaturas aparecem, o CGI às vezes dilui o impacto; os vilões não têm a mesma presença ameaçadora de antes.
- Ritmo e expectativa: o filme demora a engrenar para quem espera terror puro, e muitos sustos seguem fórmulas previsíveis. Alguns momentos são mais “para agradar fãs” do que para inovar.
Para quem é este filme?
Se você é fã da franquia, seu vínculo emocional com Ed, Lorraine e Judy Warren será uma das grandes alegrias do longa. Mas se busca algo novo, assustador do início ao fim, pode se frustrar um pouco. O Último Ritual entrega mais silêncio, contemplação e despedida do que sustos intensos.
Veja o trailer
O saldo final
Invocação do Mal: O Último Ritual (2025) talvez não seja o mais assustador da franquia — mas, em muitos sentidos, funciona como um encerramento digno. As falhas não são pequenas, mas o filme equilibra bem dor, medo e nostalgia. É uma experiência imperfeita, mas com o suficiente para tocar quem acompanhou a história inteira.