Amor, dinheiro e dilemas modernos
Amores Materialistas é o segundo longa de Celine Song, diretora de Vidas Passadas, e apresenta uma história que mistura o charme das comédias românticas com reflexões sinceras sobre relacionamentos e interesses materiais. Ambientado em Nova York, o filme acompanha Lucy (Dakota Johnson), uma casamenteira de alto nível que vê sua vida virar de cabeça para baixo ao se envolver em um triângulo amoroso com seu ex (Chris Evans) e um empresário rico (Pedro Pascal).
Em uma frase: Uma história envolvente que revisita clichês românticos sem medo, enquanto questiona o preço real do amor.
Sinopse
Lucy é uma casamenteira profissional que construiu a carreira ajudando clientes a encontrar pares perfeitos com base em exigências específicas — muitas vezes superficiais. Ao reencontrar John, seu ex-namorado ator e garçom, e conhecer Harry, o charmoso e bem-sucedido irmão de um noivo, Lucy se vê dividida entre a segurança financeira e o amor imperfeito. Ao longo da história, ela confronta suas próprias crenças sobre relacionamentos e descobre que nem tudo que brilha é garantia de felicidade.
Ficha técnica
- Título original: Materialists
- Ano: 2025
- Direção/Roteiro: Celine Song
- Elenco principal: Dakota Johnson, Pedro Pascal, Chris Evans
- Duração: 117 min
- País: EUA
- Distribuidora: A24
- Gênero: Comédia, Romance
- Classificação: 14 anos
Elenco
- Dakota Johnson — Lucy
- Pedro Pascal — Harry
- Chris Evans — John
Análise/Crítica (sem spoilers)
Celine Song constrói um filme que abraça o romantismo clássico sem abrir mão de uma visão contemporânea sobre relações e expectativas. O roteiro é habilidoso ao equilibrar momentos leves e divertidos com diálogos francos sobre como dinheiro, status e estilo de vida influenciam nossas escolhas afetivas.
A química entre o trio principal é palpável. Dakota Johnson entrega uma Lucy segura e vulnerável na medida certa; Pedro Pascal encarna um charme elegante, mas com camadas de fragilidade; e Chris Evans transmite de forma convincente a intensidade de um amor que persiste com o tempo. Suas interações funcionam tanto nos momentos de tensão quanto nos de afeto.
A direção de arte e o figurino são destaques, refletindo a dualidade da protagonista: o glamour de eventos luxuosos e o desconforto de espaços simples. Essa escolha visual reforça a temática central — a distância entre o que desejamos e o que realmente precisamos.
Ao revisitar elementos clássicos das comédias românticas dos anos 1990 e 2000, o filme consegue soar familiar e novo ao mesmo tempo. Ele não foge de clichês, mas os utiliza de forma consciente, transformando-os em ferramentas narrativas. E, ainda que a conclusão siga um caminho previsível, a jornada até lá é cativante e honesta.